Fim de semana de retrocessos no âmbito político e humano

Este final de semana nos ensinou muitas coisas, a principal delas é como o nosso país ainda precisa evoluir no aspecto civilizatório.

Tanto a decisão do TSE de absolver a chapa Dilma – Temer, quanto a atitude do tatuador do ABC de tatuar a frase “Sou ladrão e vacilão” na testa de um jovem SUSPEITO – isso mesmo, SUSPEITO – de roubar uma bicicleta, mostram o retrocesso a que nosso país está sendo submetido.

Veja as análises separadas de cada polêmica:

A Absolvição

Depois de nossos ilustres ministros do TSE terem debatido por mais de 4 dias, ficou-se escancarada a maior ferida do poder Judiciário brasileiro: a falta de imparcialidade e a interferência política nos tribunais superiores.

Gilmar Mendes, Tarcísio Vieira, Napoleão Nunes Maia e Admar Gonzaga, votaram contra a cassação não porque acreditavam que essa era a saída correta, mas porque era a indicada por aquele cuja a sede de poder impede de largá-lo.

A fragilidade nos argumentos, a tentativa de desqualificar e excluir as provas, os ataques ao MPF e a repentina mudança de opinião – os mesmos que defenderam a retirada das delações sexta-feira, foram os que pediram sua inclusão em março – deixam claro que não há respeito algum pelas leis e pela soberania popular.

A tatuagem

Essa polêmica gerou mais debate do que o próprio julgamento, já que era previsto o resultado no tribunal (outro absurdo). Afinal a atitude do tatuador, foi de crueldade vista igual só na ditadura.

Tatuar “Sou ladrão e vacilão” na testa de um jovem suspeito de roubar uma bicicleta de um deficiente, nem de “justiça com as próprias mãos” pode ser chamada, mas sim de burrice. Pois o fato é que, em primeiro lugar, o menino é acusado sem provas – e sem confissão, pois ele nega o que lhe foi imputado – a única testemunha do ocorrido é um vizinho do tatuador, que também é cúmplice na tortura.

Ou seja, está mais para injustiça com as próprias mãos. E muitos ainda argumentam que estou defendendo um ladrão. Óbvio que não, porque nada foi provado. O que você – que concorda com  a tortura – está fazendo, é defender um criminoso covarde que torturou um jovem dependente químico e depois se justificou com acusações infundadas (até o presente momento).

E mesmo que fosse um ladrão, que autoridade é conferida a esse indivíduo para julgar, condenar e punir outro ser humano?

Portanto, o único crime provado aqui é o de tortura. Quanto aqueles que querem ajudar o rapaz a apagar a tatuagem, não os julgo. Cada um faz o que lhe convém com seu dinheiro.

O que temos que ter em mente é que decisões como a do TSE e atitudes como a do tatuador do ABC só nos levam ao retrocesso, seja político, seja humano.

Tempos difíceis esses. E você, o que acha disso tudo?

 

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