O fim da linha e uma nova chance
Não se faz necessário, nesse breve devaneio particular, uma descrição dos fatos ocorridos na semana que se passou. Nós vimos, e estamos vendo, nossa jovem democracia ser arrasada por mais um escândalo envolvendo políticos. Delatores colocam o nome do presidente da República no centro de acusações gravíssimas – até aí algo comum, infelizmente. Porém, desta vez, existe prova cabal: a gravação.
Pode se até questionar sua qualidade e finalidade, mas não sua existência e veracidade. Os áudios divulgados narram um encontro entre Michel Temer, já no exercício da Presidência, e o empresário Joesley Batista, dono do grupo JBS. Fato esse que já configuraria quebra de decoro por parte do presidente, pois o empresário é investigado pela PF. Todavia, houve mais, muito mais.
Durante a conversa entre os dois, Joesley relata – se vangloriando – crimes que cometeu com sucesso. E como age a autoridade máxima da nação? Concorda, e até estimula a realização de mais ilícitos. Temer pode não ser o mandante dos feitos, mas ao dar sua anuência, torna-se no mínimo cúmplice dos atos.
Portanto, caros leitores, há motivo de sobra para o impeachment, e por que não, a prisão do presidente. Entretanto, você já deve ter ouvido por aí, a solução mais fácil é a renúncia. Tal medida, beneficiaria não só a nós, mas também o próprio Michel Temer. Pois, deixando o cargo, Temer – que já disse não precisar de foro privilegiado – protegeria sua imagem de um desgastante processo de cassação, seja no Congresso ou no Supremo. Além de conseguir manter seu direitos políticos.
Enquanto isso, já se discute o que ocorrerá depois do inevitável. Qual caminho seguir? Eleições diretas ou indiretas? Se queremos estabilidade política e por consequência econômica, diretas. Uma eleição congressual neste momento, só traria mais problemas e instabilidade ao país – apesar desta ser a saída apontada pela Constituição. Eleições diretas trazem automaticamente mais credibilidade ao governo que entraria, o que pode ajudar na retomada da economia, e tornar possível a tão sonhada paz política.
O Brasil precisa mostrar a sua cara. Temos que começar a mudança a partir de nós mesmos. Principalmente no sentido de não deixar a caravana passar apenas assistindo esse congresso infectado pela corrupção tomar as decisões. Eles não nos representam, defendem apenas seus próprios interesses. Vamos às ruas…..vamos pressionar….chega de passividade!!!