A crise do sistema carcerário revela outra grave crise: a do sistema educacional
Depois de duas chacinas e, mais de 60 mortos, o sistema carcerário brasileiro voltou a ser o principal assunto nas rodas de conversa, nos textões do facebook e nos jornalões nacionais. Afinal, bandido bom é bandido morto? Gasta-se mais com presidiários do que com estudantes e trabalhadores?
Não, presidiários não são pobres coitados. Porém, nada justifica a situação degradante em que são expostos nos presídios. A reclusão é aplicada para que o cidadão que tenha cometido um crime, possa se readequar aos padrões morais da sociedade, e não por uma simples “vingança” pelo o que cometeu. Portanto, chega a ser desumana a fala “bandido bom, é bandido morto”. Nós temos sim, que lamentar a morte de mais de 60 presidiários-não precisa chorar, nem ter muita pena não- do contrário,não podemos nos considerar humanos.
Sim, gasta-se mais com presos do que com estudantes. Isso se dá pelo fato deles realmente custarem mais caro, afinal, eles tomam café, almoçam, jantam, tomam banho e, fazem e precisam de muitas outras coisas que estudantes não precisam. O fato é,que a simples conta de que, se gastarem agora com educação não gastarão com detentos no futuro, parece não entrar nas cabeças dos nossos governantes.
Em relação as indenizações prometidas para as famílias das vítimas das chacinas, elas são necessárias. Pois,cabe ao Estado manter a segurança dentro dos presídios. E também cabe indenização para as vítimas dos criminosos que estavam presos, porém em ambos os casos, não há certeza de que serão realmente pagas.
Presidiários, são portanto, responsabilidade do Estado. Não são coitados, mas continuam sendo seres humanos e têm seus direitos. É preciso investir em Educação para que reduzam os investimentos no sistema carcerário.